'Social Death', segunda parte de uma trilogia, mergulha em temas sociais, sonoridades extremas e uma nova formação ainda mais pesada
A banda paulista ANTRVM lançou no dia 31 de julho seu novo EP, Social Death, disponível em todas as plataformas digitais via Canil Records. Dando sequência à trilogia conceitual iniciada com o EP de estreia Defiler (2023), o novo trabalho mergulha de forma ainda mais brutal em temáticas sociais, combinando sonoridades extremas, letras contundentes e uma formação renovada que traz peso, modernidade e agressividade ao som do grupo.
Com a chegada de Kevin Bosio (bateria) e Daniel Gava (guitarra), a ANTRVM passa a contar com uma formação forte e agressiva ao lado de Victor Cutrale (vocal), Victor Henrique (guitarra) e Bruno Nicolozzi (baixo). Essa nova configuração impulsionou uma evolução musical significativa.“Nesse EP focamos na brutalidade. Enquanto o 'Defiler' explorava temas sombrios, agora trouxemos elementos mais extremos que refletem o conceito de uma ‘morte social’. As guitarras e o baixo estão mais graves, a bateria com linhas modernas e o vocal muito mais extremo”, explica o guitarrista Victor Henrique.A temática de Social Death parte do ponto onde Defiler terminou, mas expande o olhar do individual para o coletivo.
Se o 'Defiler' era sobre o individualismo, agora abordamos o coletivo, essa sociedade doentia, guiada por ideologias distorcidas, pelo consumo humano no mercado de trabalho e pela disfunção nos núcleos familiares”, comenta Victor Cutrale, vocalista da banda.
Meat Dumplings (intro) The Way Of The Saw Deliverance Sombria (dis) Function |
Confira o EP completo em todas as plataformas digitais:https://sym.ffm.to/socialdeath
Com letras afiadas, metáforas viscerais e uma produção sonora pesada à cargo de Brendan, o EP funciona como um retrato brutal da alienação social contemporânea.A faixa de abertura, “Meat Dumplings”, é uma introdução executada por Yohan Kisser (ex-guitarrista da banda) e traz uma atmosfera folk mórbida, remetendo à ideia de uma família canibal — como numa versão sonora de O Massacre da Serra Elétrica.
Na sequência, “The Way Of The Saw”, primeiro single e videoclipe extraído do EP, escancara a crítica à violência cotidiana e à hipocrisia de pessoas que escondem seus impulsos sob máscaras de normalidade.“Brincamos com a ideia de que psicopatas e pessoas horríveis vestem máscaras de normalidade. Quem desconfiaria do vizinho bonzinho?”, comenta Victor Henrique.
O segundo single, “Sombria”, ganhou destaque por sua abordagem ousada: um paralelo entre a crueldade do mercado de trabalho e o preparo do prato francês Ortolan — onde uma pequena ave, também conhecida como Sombria, é afogada em conhaque, cozida e consumida inteira sob um véu de culpa. A sonoridade da faixa aposta em uma pegada mais cadenciada e groovada, sem perder a agressividade.“É essa nossa vida. Somos afogados por demandas profissionais, triturados pelas engrenagens do sistema até não sobrar mais nada”, explica Victor Cutrale.
O EP ainda inclui “Deliverance”, que denuncia a tentativa humana de dominar a natureza em nome do lucro e de um falso progresso, e “(dis)Function”, uma dolorosa reflexão sobre abusos físicos e psicológicos dentro do ambiente familiar, onde relações tóxicas corroem a autoestima e perpetuam ciclos de violência.Social Death foi produzido pelo renomado produtor brasileiro Wagner Meirinho (Torture Squad, Scars, entre outros), mixado e masterizado pelo também aclamado produtor norte-americano Brendan Duffey — vencedor de diversos prêmios Grammy —, com a captação de bateria realizada por Adriano Daga e arte de capa assinada por Márcia Gava.
Formada em 2020 por Victor Cutrale (ex-Furia Inc) e Victor Henrique, a ANTRVM mistura elementos de groove, thrash, death metal e metalcore, com forte influência do horror cinematográfico. Ao longo de sua trajetória, a banda já dividiu o palco com nomes como Project46, Imphuria e Hatematter, se firmando como uma das promessas mais intensas e viscerais do metal nacional.
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Fonte JZ PRESS
Créditos: Foto por Leonardo Benaci (@leobenecifoto)