Nos últimos dias 2,3 e 4 de maio tivemos o Bangers Open Air no Memorial da América Latina. Depois de duas edições muito bem sucedidas como Summer Breeze, essa terceira edição trouxe uma novidade: A mudança de nome.
Apesar dessa alteração, o que se viu durante todo o evento foi a mesma estrutura, com 4 palcos e a excelente organização que já tivemos nas outras edições: Qualidade de som impecável, shows incríveis e pontuais, diversidade de atrações, estrutura muito confortável com estacionamentos perto do local e opções de comida e bebida muito bem distribuídas pelas áreas dos shows.
No primeiro dia tivemos um aquecimento com shows apenas no Ice e Hot Stage que são os maiores do festival e que concentram as grandes atrações do Bangers Open Air.
A missão de abrir o evento foi dos alemães do Kissin´ Dynamite no Ice Stage. Pela primeira vez no Brasil, a banda não decepcionou e com certeza surpreendeu os headbangers que chegavam ao evento.
Com um hard n´heavy cheio de energia e um vocal marcante, a banda abriu com a excelente “Back with a Bang” do álbum auto intitulado lançado em 2024. Essa é a faixa que abre o disco com um riff old school e um agudo potente do vocalista Hannes Braun. Recado dado!!! Seria um show inesquecível para os alemães e o público que, além de recebê-los muito bem, também agitou o tempo inteiro.
Já com os headbangers empolgados e muito receptivos, a banda emendou “DNA” do álbum Megalomania de 2014. Aliás, o Kissing´Dynamite está na ativa desde 2008, não sendo exatamente uma banda nova. Com uma vibe bem Motley Crue, a música funcionou bem ao vivo com todos aplaudindo e querendo mais hard rock dos alemães.
“No One Dies a Virgin” do excelente Not the End of the Road foi uma aula de hard rock. Com solos impecáveis e riffs marcantes, além das coreografias performáticas da banda, o show ficava cada vez mais interessante.
“I´ve Got the Fire” e “My Monster” também agradaram, inclusive essa última, também do álbum mais recente, mostrou uma pegada moderna e uma banda afiadíssima.
O vocalista Hannes Braun falou o quanto estavam felizes e empolgados com o primeiro show por aqui. “The Devil is a Woman”também do disco Back With a Bang empolgou a galera com sua intro arrastada e pesada.
Vale ressaltar a participação do público que interagia com o Hannes sempre que ele pedia, como no inicio desse som. Que refrão incrível!!!
Voltando um pouco no tempo, mais precisamente para 2022, a banda mandou “Not the End of the Road”. Com uma pegada oitentista, a música deixou o público que começava a acompanhar o Bangers Open Air em êxtase.
“You´re Not Alone” e “Raise Your Glass” foram as escolhidas para encerrar o excelente show do Kissin´ Dynamite com a energia lá em cima.
Eles cumpriram muito bem a missão de abrir o Bangers Open Air e aqueceram os headbangers para tudo o que viria a seguir.
Crédito Fotos: @diagopadilha @marcos hermes
Set list: Back With a Bang / DNA / No One Dies a Virgin / I've Got the Fire / My Monster / The Devil Is a Woman / Not the End of the Road / You're Not Alone / Raise Your Glass
As 16:10 foi a vez das freiras sombrias do Dogma abrirem o Hot Stage. Elas tem sido muito comparadas com o Ghost, o que faz algum sentido já que, apesar o visual macabro, a banda faz um som acessível e que flerta com elementos de música pop.
Durante a Intro, o telão exibiu imagens de fanatismo religioso, influencers performáticos e elas subiram ao palco com uma vibe dark. A música que abriu o show foi “Forbidenn Zone” que também abre o álbum de estreia, de 2023.
A performance de todas as integrantes é bem teatral e provocante. A vocalista dança de forma sensual durante quase toda a apresentação.
O público gostou demais do que presenciou no Hot Stage: Belos riffs e solos muito bem construídos, além de uma performance impecável da vocalista Lilith mostraram que a banda não depende apenas da parte visual ou provocativa. Elas também são ótimas instrumentistas.
O “Tamo junto” de Lilith ajudou a ganhar ainda mais o público. Aliás ela se referia aos headbangers como “sinners” o tempo todo. É uma banda que tem a parte conceitual muito bem definida.
“My First Peak”, provavelmente o melhor refrão da Dogma até o momento, foi cantada por todos presentes no Bangers Open Air que mostraram muita empolgação já nos primeiros riffs. Com certeza um hit certeiro.
A decoração do palco exibindo freiras semi nuas, assim como no telão, também ajudaram a criar a atmosfera que a banda se propõe a fazer.
“Made Her Mine”, talvez a mais “metal” da Dogma veio logo depois com um andamento acelerado e refrão marcante. O público interagiu com as integrantes o tempo todo.
Duas novidades que a Dogma liberou recentemente não ficaram der fora: “Banned”, um tango metal e “Like a Prayer” cover da Madonna funcionaram bem demais.
“Bare to the Bones” começa com um riff bem Ghost o que justifica as comparações. Mesmo assim, o público do Bangers Open Air, acertadamente, preferiu curtir o show ao invés de fazer comparações. O fato é que as garotas fizeram um showzaço.
As duas guitarristas, Lamia e Rusalka são extremamente técnicas e se revezaram entre solos e riffs. A baixista Abrahel é um show a parte com suas coreografias e carisma.
”Make Us Proud”, com uma pegada “balada dark”, deixou o público em transe. A faixa traz um andamento cadenciado, pesado e com ótimas melodias. Excelente escolha para deixar o setlist mais diverso.
Ainda houve tempo para “Pleasure From Pain” e “Father I Have Sinned”. A primeira com ótimos riffs e a outra já se tornou um hit da Dogma e deram aquele clima de fim de festa.
“The Dark Messiah”, faixa que fecha o disco também foi responsável por encerrar o show das freiras que saíram do palco sem interagir com o público, o que com certeza faz parte do conceito das personagens e de todo o mistério que envolve a banda.
Crédito Fotos @marcoshermes
Setlist: Intro(Video package on screen) /Forbidden Zone / My First Peak / Made Her Mine / Banned / Like a Prayer(Madonna cover) / Bare to the Bones / Make Us Proud / Pleasure From Pain / Father I Have Sinned / The Dark Messiah
Voltando ao Ice Stage era vez do Armored Saint, provavelmente, a banda mais pesada do primeiro dia, e que traz John Bush nos vocais que também cantou no Anthrax.
A apresentação começou com o volume baixo, mas que acabou corrigido pouco depois, principalmente após a sinalização do público.
Adiantados em alguns minutos, a banda começou com a ótima “March of the Saint” que abre o disco auto intitulado de 1984.
John Bush ainda mostra o vigor de um menino e os ótimos riffs fez os headbangers baterem cabeça com os americanos. “End of the Attention Span” e “Raising Fear” foram as próximas e empolgaram demais o público. Os excelentes riffs e solos, além da voz impecável de John Bush, fizeram esse um dos melhores shows do primeiro dia de Bangers Open Air.
“Long Before I Die” do clássico Delirious Nomad, de 86, ficou ainda melhor ao vivo. Poderia inclusive ter sido a faixa de abertura. A pegada “heavy tradicional” foi muito bem vinda. Destaque para mais uma performance brilhante de John Bush. A voz do cara está impecável.
“The Pillar” do excelente Revelation não ficou de fora. Pesada e groove, o público mostrou que era mais um acerto dos americanos que não abriram mão dos clássicos.
"Last Train Home" e "Left Hook From Right Field" mantiveram a temperatura altissima para o que viria a seguir: A maravilhosa "Standing on the Shoulders of Giants” do álbum Punching the Sky, de 2020, que acabou sendo outro ponto alto da apresentação do Armored Saint.
“Win Hands Down” mostrou uma banda afiadíssima até que o show chegou ao ápice com "Can U Deliver“. Mais um som do disco de estreia: March Of the Saint.
Em certo momento da música John Bush não se contentou apenas em descer e cantar na grade, próximo da galera. Ele foi para a pista e cantou no meio do público. Um dos momentos mais incríveis do Bangers Open Air 2025.
“Reign of Fire” fechou a apresentação do Armored Saint de forma brilhante. Showzaço! Voltem logo!!!!
Crédito Fotos: @marcoshermes @diegopadilha
Set List: March of the Saint / End of the Attention Span / Raising Fear / Long Before I Die / The Pillar / Last Train Home / Left Hook From Right Field / Standing on the Shoulders of Giants / Win Hands Down / Can U Deliver / Reign of Fire
O Pretty Maids não deixou por menos. As 18:15 eles subiram no Hot Stage com o clássico “Mother of All Lies”, do disco Motherland de 2013. O heavy mais tradicional, com pitadas de hard rock dos caras conquistou os headbangers presentes desde o inicio da apresentação. Som impecável e belas melodias fizeram desse show um dos melhores do Bangers Open Air.
Destaque para a performance de Allan Serensen que marretou seu kit de bateria sem dó.
A próxima foi “Kingmaker”. O riff pesadíssimo da intro combinada com as marretadas de Allan Serensen também empolgaram o público que interagiu com a banda durante todo o som.
Vale o destaque para a voz de Ronnie Atkins que ainda soa belíssima e limpa ao vivo, mesmo com sua conhecida batalha contra o câncer de pulmão. Guerreiro!!!!
“Rodeo” e “Back to Back” foram músicas muito bem escolhidas. Aliás, todo o set list, mesmo as mais pesadas, possuem melodias intensas e ótimos refrãos que funcionam demais ao vivo.
Era hora de voltar no tempo (e muito): Mandaram “Red, Hot and Heavy”do álbum de estreia auto intitulado. Provavelmente foi o momento mais pesado do Pretty Maids. Com certeza um dos shows que mais agradou o público na sexta feira.
A excelente Pandemonium foi a próxima, uma das melhores do Pretty Maids. Com uma ótima intro usando teclados, a música tem uma pegada Power metal. Rápida, melódica e com mais uma bela performance do vocalista Ronnie Atkins alternando momentos limpos e rasgados.
I.N.V.U é um heavy tradicional com belos riffs e, a essa altura do campeonato, todo o público já se rendia ao carisma e competência musical dos veteranos. A lindíssima “Little Drops of Heaven” encerrou a trinca do álbum Pandemonium de forma brilhante.
Ainda rolaram a cover "Please Don't Leave Me" de John Sykes , Future World e encerraram com “Love Games” do segundo disco Future World, de 87. Som que abre o álbum e tem o astral ideal para encerrar um grande show.
Uma palavra que resume a performance do Pretty Maids no Bangers Open Air 2025: Arregaço!!!
Crédito fotos: @marcoshermes
Setlist: Mother of All Lies / Kingmaker / Rodeo / Back to Back
Red, Hot and Heavy / Pandemonium / I.N.V.U. /Little Drops of Heaven / Please Don't Leave Me(John Sykes cover) / Future World /Love Games
O que falar de Doro Pesch??? Provavelmente, uma das artistas mais carismáticas e "gente boa" do metal mundial.
A banda afiadíssima, e que conta com o brasileiro Bill Hudson como guitarrista, também merece destaque. Todos impecáveis na execução das músicas.
A escolha para abrir o show foi I Rule the Ruins, clássico do Warlock. Apenas o sorriso da Diva do Metal já seria suficiente para conquistar o público, mas ela ainda manda bem demais ao vivo com uma voz belíssima.
"Earthshaker Rock", também do Warlock, do album Hellbound, foi uma aula de metal. A banda executou várias músicas sem nenhuma pausa ou bate papo.
Doro fazia interações com o público no meio das músicas. E para quem nunca viu Bill Hudson tocando ao vivo vale um aviso: o cara é um cyborg!!! Manda muito tanto na execução dos riffs, acordes e solos, quanto na sua performance batendo cabeça o tempo todo.
O set list foi baseado em clássicos do Warlock então músicas como “Burning the Witches” e “Hellbound” também não ficaram de fora.
O astral continuou alto com “Fight for Rock” até chegar um dos melhores momentos : “Time for Justice” do álbum solo de 2023 Conqueress – Forever Strong and Proud. Um dos melhores refrãos já escritos pela rainha do metal. Detalhe para o solo de Bill Hudson: Impecável!!!
“Raise Your Fist in the Air” foi mais uma da carreira solo da Doro. Um heavy pesado, arrastado e bem oitentista. Depois retomaram os clássicos do Warlock: "Metal Racer“ e "Für immer". Essa última uma bela balada que deixou o público em êxtase.
A humildade da Diva é tanta que ela fez questão de passar o microfone para Bill Hudson dizer algumas palavras para o público. O que também aconteceria com Aquiles Priester no domingo, mas esse é um assunto para depois.
A lindíssima “Fire in the Sky já mostrava que a apresentação se encaminhava para o final e, em clima de fim de festa, "Breaking the Law “, do Judas Priest, com um inicio a capela e “All We Are”, hino do Warlock foram cantadas a plenos pulmões pela galera encerrando assim um show memorável!!!
Credito fotos: @diegopadilha
Setlist: Intro I Rule the Ruins / Earthshaker Rock / Burning the Witches / Hellbound / Fight for Rock / Time for Justice / Raise Your Fist in the Air / Metal Racer / Für immer / Fire in the Sky
Breaking the Law / All We Are.
A lenda Glenn Hughes ficou responsável por encerrar o primeiro dia do bangers. Começou com ”Stormbringer” do Deep Purple.
O inicio já mostrava que a voz de Glenn continua a mesma: potente e incomparável!!! O telão no fundo do palco apresentava uma foto antiga do músico com cores psicodélicas dando ao show uma cara bem setentista.
“Might Just Take Your Life”. Mais um clássico do Deep Purple, do album Burn, trouxe uma boa dose de nostalgia ao Bangers Open Air.
O guitarrista de Glenn Hugues tem uma pegada blues muito interessante e a performance de toda a banda foi hipnotizante.
A lindíssima “Sail Away” com uma intro psicodélica e uma pegada blues foi uma das melhores da noite. Glenn Hughes fez várias brincadeiras vocais durante o show e coisas dificílimas parecem fáceis para ele.
Logo depois mandaram “You Fool No One” também do álbum Burn com uma série de improvisos no meio do som, incluindo solos de guitarra, blues e um solo de bateria com ritmos de samba. Algo bem proposital por estarem no Brasil.
Aliás é bacana demais quando um artista se esforça para valorizar a cultura do país em que está se apresentando. Mais um ponto para Glenn Hughes e sua banda!
Logo após a aula de improviso foi a vez do clássico “Mistread” com todos batendo palmas junto com o riff inicial. Glenn Hughes mostrou toda sua técnica e interpretação numa performance memorável.
“Gettin´Tigher”, do Come Taste the Band, foi outra que deixou o público empolgadíssimo. Foi muito bom relembrar tantos clássicos do Deep Purple.
”You Keep On Moving”, do mesmo disco, agradou bastante até o Bangers Open Air vir abaixo com “Burn”. Sim! Esse foi o som escolhido por Glenn Hughes para encerrar a sexta feira. Um mega clássico que foi cantado por todos de forma apaixonada.
E assim terminava o primeiro dia de Bangers Open Air de forma memorável. Ainda teríamos mais 2 dias de muito metal, showzaços e surpresas.
As próximas matérias estarão disponíveis em breve!!!
Crédito fotos: @marcoshermes
Set List: Stormbringer / Might Just Take Your Life / Sail Away
/ You Fool No One - The Mule - Guitar Solo - Blues - High Ball Shooter / You Fool No One - Drum Solo - You Fool No One / Mistreated / Gettin' Tighter / You Keep On Moving / Burn.